Classe homenageia procurador Mário Cavalheiro Lisbôa
Um momento de alegria, emoção, manifestações de carinho e admiração pontuou o final de tarde da última quinta-feira (27), na sede administrativa da AMP/RS. Frente à iminente aposentadoria compulsória do procurador de Justiça Mário Cavalheiro Lisbôa, no dia 13 de abril, colegas de Ministério Público, funcionários, assessores e familiares prestaram-lhe uma homenagem-surpresa, na sala de reuniões.
E foi mesmo de perder o fôlego, como sentiu na pele o alvo das atenções. Eram perto das 18h30min quando Mário Cavalheiro abriu a porta da sala para o que imaginava ser uma rápida reunião antes do tradicional encontro do Grupo Literário da AMP/RS. Quando as luzes se acenderam, dezenas de pessoas irromperam em aplausos e sorrisos empolgados. A perplexidade tomou quatro, cinco segundos, talvez, até que o procurador escondesse o rosto atrás das mãos, buscando se recompor do baque.
Alcançar o reconhecimento de terceiros, de fato, foi tarefa fácil ao longo da trajetória de Mário Lisbôa. Então, nada mais natural do que o coquetel organizado por seus amigos. Estavam ali o presidente da AMP/RS, Victor Hugo Azevedo; os vice-presidentes Sérgio Harris e Alexandre Saltz; o procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga; os subprocuradores-gerais Marcelo Dornelles e Ivory Coelho Neto; os ex-procuradores-gerais Roberto Bandeira Pereira e Mauro Henrique Renner, o ex-presidente da AMP/RS Miguel Bandeira Pereira, o ex-vice-presidente do TJ/RS, Desembargador André Luiz Planella Villarinho; a sobrinha e subcorregerora-geral do MP, Noara Bernardy Lisbôa; o ex-subprocurador-geral de Justiça Antônio Carlos Avelar Bastos; e o procurador de Justiça José Pedro Machado Keunecke, além dos filhos, netos e outros colegas, amigos e assessores.
O tom dos discursos foi dado por Keunecke. “Essa homenagem é pelo conjunto da tua obra. Estás recebendo um Oscar dos teus colegas. São 38 anos de Ministério Público, 28 anos de Réplica. És um homem probo, correto, honesto, honrado e que deixa um exemplo a ser seguido. Foste um grande promotor. És um grande procurador de Justiça, sempre preocupado com a Instituição. Mas quero falar do outro Lisbôa. Do homem, do cidadão, que não tem a questão material com primordial na tua vida. Essa figura humana, tão ou mais importante que o procurador que és, profissionalmente”.
SOLIDARIEDADE À FLOR DA PELE
Ao usar a palavra, Victor Hugo Azevedo lembrou a ideia, ainda embrionária da homenagem. “Quando o Keunecke levantou a proposta, pensamos que o melhor lugar para fazermos seria a Associação, que tão bem representaste, ao longo dos anos, em tuas crônicas. Nesse momento, queríamos estar ao teu lado. Foste, fundamentalmente, um homem solidário. Olhaste para teus pares, olhaste para os outros e tiveste a sensibilidade de compreender seus anseios e buscar corresponder a isso. Quiçá consigamos, espelhados na tua vida, fazer algo semelhante. Seguramente estaríamos percorrendo um caminho que nos permitiria olhar para trás e dizer que fizemos um bom percurso”, disse o presidente da Associação.
AMIZADES NÃO SE APOSENTAM
Eduardo de Lima Veiga enalteceu a generosidade como traço principal da personalidade do homenageado.”O convívio contigo foi uma homenagem diária e um acréscimo diário. Para felicidade de todos nós, as amizades não se aposentam. Elas se renovam, permanecem e se estreitam. Vamos estar contigo nessa nova etapa de vida”, finalizou o chefe da Instituição.
SÓ AGRADECIMENTOS
Recomposto do golpe, Mário Cavalheiro foi sucinto e discreto. Voltou a mostrar-se impressionado com o segredo guardado a sete chaves pelos amigos e colegas. “Foi, realmente, uma surpresa. Vocês conseguiram esconder tão bem. Não desconfiei de nada. Tampouco estava preparado para dizer alguma coisa. É um dos mais emocionantes momentos da minha vida, sobretudo pela surpresa. Nos 38 anos que fiquei no MP, não tenho mágoas. Apenas agradecimentos. Já discursei muito ao longo da minha vida profissional. Agora, tenho só que agradecer”, finalizou o procurador homenageado instantes antes de abrir os presentes que ganhou e de receber boa parte dos abraços cultivados ao longo da vida, durante o coquetel.