A Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (AMP/RS) e a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga assinaram, no final da tarde desta segunda-feira (20) um termo de cooperação para o Verão Vida Urgente 2014. A parceria, que ocorre pelo quinto ano consecutivo, visa informar e conscientizar as pessoas sobre os perigos de associar bebidas alcoólicas e direção, levando o discurso da responsabilidade ao conduzir veículos em defesa da vida.



O evento, informal, ocorreu na sede administrativa da AMP/RS e contou com a participação dos presidentes das duas entidades, Victor Hugo Azevedo e Diza Gonzaga, do procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga; do presidente da Câmara Municipal, vereador Professor Garcia; do secretário municipal de Trânsito e diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari; e do assessor superior do governador do Estado, Rodrigo Oliveira. Prestigiaram a solenidade, ainda, os vice-presidentes da Associação Caroline Vaz e Alexandre Saltz, o vereador Thiago Duarte, o coordenador do projeto Balada Segura, do Detran/RS, Adelto Rohr, representantes da Brigada Militar e dos vereadores Waldir Canal e Séfora Mota, a procuradora do Estado Karina Brack, o tenente-coronel Ordeli Gomes, representando o vice-governador; e membros do Ministério Público.



CADA VIDA VALE MUITO

Durante o ato, o dirigente associativo não escondeu a satisfação pelo fato de a AMP/RS estar, mais uma vez, envolvida com a campanha. E fez um alerta: “O verão é o momento em que a vida fica mais descontraída, quando a gente veste uma bermuda e um chinelo e acredita que nada vai nos acontecer, nem aos nossos amigos e familiares. Por isso a importância de turbinar campanhas como essa. A questão não é quantificar as vidas salvas pela mobilização. Uma vida já é valiosa demais para que a percamos no trânsito. Nossas ações ocorrerão no Litoral e também na Capital, na saída para as praias. Queremos conscientizar e educar”.



Para a presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, a participação da AMP/RS e do Ministério Público é essencial, pelo peso institucional e pela tradição já construída pela parceria. Diza observou, entretanto é preciso ir além da educação da sociedade para a responsabilidade no trânsito. “É preciso, também, que o Estado faça a sua parte. Não se pode mais conviver com curvas da morte e com estradas da morte. Se a curva é da morte, é porque foi mal projetada. Em quatro dias, perdemos 14 vidas em dois acidentes. Muitas de nossas estradas precisam ser duplicadas, redesenhadas e melhor sinalizadas, para que possamos salvar muitos Thiagos, Paulos, Fernandas e Rodrigos”.



APELO À RESPONSABILIDADE

O chefe do Ministério Público destacou que a maioria dos acidentes de trânsito não é acidente. “Geralmente, alguém tomou uma decisão errada e que teve conseqüências graves”. Veiga contou uma experiência vivenciada em 1992, quando estudava na Inglaterra, na qual colheu uma valiosa lição de responsabilidade no trânsito. “Todos sabemos o que é fazer o certo. Espero que tenhamos, todos, na nossa esfera de atuação, a responsabilidade devida e adequada”.



O presidente da Câmara de Vereadores parabenizou a Associação e a Fundação pela iniciativa e destacou que a profilaxia no trânsito é fundamental. “A população cresce, o número de automóveis também. Cada vida que conseguimos salvar tem de ser comemorada”, disse o vereador Professor Garcia.



SEM MOTIVOS PAA COMEMORAR

Segundo o diretor-presidente da EPTC, a prevenção e a educação no trânsito devem ser priorizadas para que, em médio e longo prazo, a realidade seja transformada para melhor. Vanderlei Cappellari advertiu, entretanto, que é preciso agir para preencher a lacuna provocada pelo desrespeito ao Código de Trânsito Brasileiro. “O Código de Trânsito foi muito positivo para conter os maus motoristas, mas é necessário resgatá-lo. Temos de atualizar os valores das multas, que são insignificantes em muitos casos. Nosso país ocupa a terceira colocação no mundo em mortes no trânsito. Isso  não é título que se comemore”.



Por fim, o coordenador do Programa de Verão do Governo do Estado valorizou a luta da AMP/RS e da Fundação, assim como outras ações similares. “Iniciativas como essa, como o Balada Segura e como o Viagem Segura criarão uma cultura de maior respeito à vida. O ano de 2013 fechará o ano com uma redução de 6% em mortes no trânsito do Rio Grande do Sul É muito pouco. Conseguimos a inversão de uma curva crescente, de mortes. Mas isso não nos permite festejar. Cada vida é única. Estamos juntos e à disposição nessa luta”.



A solenidade foi encerrada com a assinatura do termo de cooperação, seguida de um coquetel. Sem álcool, é claro.