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Psicólogo mexicano aborda os fatores de risco que levam à drogadição

O psicólogo e terapeuta familiar mexicano Ricardo Sánchez Huesca foi a atração da manhã do último dia do I Congresso Internacional Crack e Outras Drogas, no Salão de Atos da UFRGS. Huesca participa do Centro de Integração Juvenil daquele país e expôs ao público os fatores de risco para o uso de drogas.
09/07/2010 Atualizada em 21/07/2023 11:00:49
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O psicólogo e terapeuta familiar mexicano Ricardo Sánchez Huesca foi a atração da manhã do último dia do I Congresso Internacional Crack e Outras Drogas, no Salão de Atos da UFRGS. Huesca participa do Centro de Integração Juvenil daquele país e expôs ao público os fatores de risco para o uso de drogas.



O pesquisador apresentou dados que mostram o consumo de drogas nas Américas. Depois da maconha e da anfetamina, a cocaína – incluindo-se aí o crack, é a droga mais utilizada, sendo os Estados Unidos o maior consumidor. Huesca alertou para o alto consumo de inaladores e para o preocupante aumento no uso de anfetamínicos e êxtase. Em pesquisas realizadas no Centro de Integração Juvenil, que está presente em grande parte do México, percebeu-se que o uso de cocaína e crack cresceu na última década. Um dado mais animador, segundo o médico, é o fato de que a maioria da população não usa drogas, sendo escassos os casos problemáticos. Portanto, fica mais fácil estudar os casos.



Ricardo Huesca divide os fatores que influenciam na drogadição em dois. O primeiro é o interno, composto pela vulnerabilidade dos usuários e que levaria mais facilmente ao abuso e à dependência. Já o fator externo acarretaria, principalmente, o uso experimental. Uma pesquisa mexicana ainda mostra as questões macrosociais que conduzem às drogas. Entre elas estão o lugar de residência e a classe social. Homens jovens e com razoável condição financeira seriam os maiores consumidores. Lugares turísticos e perto de pontos de tráfico formam o maior foco de drogas. As baixas condições socioeconômicas, a exclusão da comunidade – como no caso de imigrantes, e a alta densidade populacional, que ajuda os viciados a passarem despercebidos também são fatores que devem ser analisados. Huesca contestou a legalização de algumas drogas, visto que, para ele, a permissividade aumenta o consumo.

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A fraca estrutura familiar, como frisa o mexicano, não pode ser tomada como causa direta do consumo de drogas. “Ninguém é culpado por ter um usuário na família”, uma vez que são muitas as causas do problema. A combinação de fatores de risco e a ausência de proteção, afirma, leva ao vício. Porém, o psicólogo não nega a influência de parentes no consumo de drogas. “O ser humano se forma através de modelos”. Por isso, o uso de entorpecentes por parte dos pais pode ser problemático. Huesca afirma que a violência doméstica tem grande parcela de culpa na drogadição.





Ricardo Huesca e o vice-presidente da AMP/RS, Mauro Souza, durante almoço oferecido pela AMP/RS





Pesquisas científicas comprovam a necessidade de amor por parte da família para prevenir os adolescentes.



O meio escolar e as influências de amigos também são citados pelo palestrante como condições determinantes para a inserção do jovem nas drogas, visto que esses sentem necessidade de participar de um grupo. A ausência de orientação, a insatisfação com a vida, a falta de humor e as expectativas positivas em relação ao uso de entorpecentes são os problemas que levam o adolescente a esse caminho. Huesca constata: “É mais que um problema de saúde. É também um problema econômico e de estrutura social. É preciso ensinar o jovem a dizer não aos amigos e a ter auto-estima”.



Ricardo Huesca encerrou sua conferência com um alerta: “Todos buscamos a fuga do sofrimento e a felicidade, mas às vezes procuramos no lugar errado. Devemos proporcionar aos dependentes um ambiente onde todos possamos ser felizes e deixar de sofrer”.


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