Pela primeira vez em 13 anos, cai o número de mortos por armas de fogo no Brasil. Para o ministério da Justiça, a redução é conseqüência do impacto da Campanha do Desarmamento. Segundo pesquisa do ministério da Saúde, a redução foi de 8,2% em 2004, quando começou a campanha.

A queda foi verificada em comparação a 2003. Isso representa 3.234 vítimas a menos. A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) apurou que no ano passado foram 36.091 mortos por arma de fogo. Em 2003, foram 39.325 – 108 pessoas por dia, nove a cada duas horas. Desde 1992 não ocorria no Brasil queda nesse número.

"As maiores quedas nos índices de homicídios de 2003 para 2004 ocorreram nos Estados que mais recolheram armas, nos Estados onde a nossa Campanha foi mais bem-sucedida", afirmou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. A redução foi verificada em 18 estados (ver tabela abaixo). Mesmo nos que ocorreram crescimento da taxa de mortalidade foi em menor escala do que nos anos anteriores. Em números absolutos, o Estado que mais contribuiu para a redução do índice em 2004 foi São Paulo, com menos 1.960 mortes, seguido pelo Rio de Janeiro (672 mortes a menos). As maiores variações percentuais foram registradas no Mato Grosso (-20,6%), São Paulo (-19,4%), Sergipe (-17,1%), Pernambuco (-14,5%) e Paraíba (-14,4%).

As mortes por arma de fogo vêm atingindo, de 1992 a 2004, especialmente homens jovens (entre 10 e 29 anos) e matando mais do que doenças respiratórias, cardiovasculares, câncer, Aids e acidentes de trânsito.

A SVS realizou a pesquisa cruzando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema Único de Saúde (SUS) com o número de armas recolhidas durante a Campanha do Desarmamento – registrado no Ministério da Justiça. Desde que começou, em 15 de julho de 2004, a população já entregou 443.719 armas de fogo à destruição.

A meta inicial era recolher 80 mil armas até o final de 2004, mas foi ampliada para 200 mil até dezembro passado. Como esse objetivo também foi superado, o governo federal estendeu a Campanha até 23 de outubro próximo.

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Fonte: Site do ministério da Justiça