Papagaio deve ir para o semi-aberto
O criminoso considerado um dos assaltantes mais perigosos do Estado deve ser transferido nesta quarta-feira (21/6) para o regime semi-aberto. Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, de 39 anos, foi beneficiado com a troca de regime por ordem do juiz Fernando Flores Cabral Júnior, da Vara de Execuções Criminais (VEC) da Capital. O magistrado expediu ofício determinando a remoção do apenado para o regime semi-aberto até o meio-dia. Desde que recebeu o comunicado, a Susepe pesquisa a vida prisional de Papagaio para verificar se não há mais nenhuma condenação a cumprir. Ele cumpre pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) desde fevereiro de 1998, após ser condenado a 36 anos por latrocínio, roubo e furto qualificado. Conforme a Lei de Execuções Penais, o preso pode pedir progressão de regime após cumprir um sexto da pena.
No seu despacho, Cabral Júnior afirma que a VEC refez o cálculo da soma de todas as condenações definitivas e da provisória aplicadas ao apenado e que foi enviado ofício ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em março deste ano, Papagaio estava prestes a ser beneficiado com o semi-aberto, mas o Ministério Público e a Comarca de Parobé fizeram a recontagem de delitos, penas e condenações do preso e argumentaram que ele não tinha ainda a sentença por um assalto a banco em Parobé, cometido em 1999, quando estava foragido. Essa pena, de 11 anos, não fora somada na época, mas entrou no atual cálculo da VEC.
A advogada de Papagaio, Maria Helena Ferreira Viegas, declarou que o detento não tem mais pena a cumprir e que pode ser transferido para o regime semi-aberto imediatamente. Quanto à hipótese de fuga, ela enfatizou que o próprio detento reafirmou diversas vezes sua vontade de cumprir a pena até o final. "Tenho certeza de que ele não tentará nenhuma fuga do semi-aberto, pois disse que está arrependido do que fez e que sofreu demais nestes anos preso", assegurou. Quanto ao destino de Papagaio, a advogada apontou que ele gostaria de ficar no Albergue Miguel Dario, no bairro Agronomia, em Porto Alegre, porque lá os presos são incentivados a trabalhar e a ter ocupações. Segundo ela, a falta de cercas ou grades não seria um fator de estímulo para fuga.
A Susepe não divulgou o destino nem o horário da transferência de Papagaio por questões de segurança. A promotora responsável pelo caso, Eliane Ribeiro Portela, da Promotoria de Controle e Justiça de Execuções Criminais da Capital, não quis se pronunciar nesta terça-feira (20/6) porque ainda não havia tomado conhecimento do teor da decisão do juiz.
Fonte: Jornal Correio do Povo