O papel de todos no combate às drogas, por Irmão Albano Thiele*
A grande chaga da humanidade nos tempos atuais é a proliferação descontrolada das drogas. Se, em outras épocas, havia epidemias que liquidavam muitas vidas, hoje temos talvez a pior das epidemias: as drogas, que estão acabando com a vida das pessoas, principalmente dos jovens. Infelizmente, existem drogas que são aceitas e permitidas pela sociedade e que são nocivas à saúde como quaisquer outras o são. Uma grande campanha, iniciada há alguns anos e que pretende esclarecer os jovens sobre os malefícios dessas substâncias, tem tido bons resultados. No entanto, desde o início deste século, uma droga específica passou a operar de forma arrasadora: o crack.
Há necessidade de um grande trabalho para conter a avalanche que o consumo dessas substâncias provoca. É uma missão que cabe a toda a sociedade. No Pão dos Pobres de Santo Antônio, lidamos com jovens de diversas origens e com grande vulnerabilidade. Aqui, desenvolvemos um trabalho de conscientização, de prevenção, de informação, de repulsa a qualquer tipo de droga, pois entendemos que o caminho para a cidadania passa longe da fuga da realidade, algo muito comum entre quem usa entorpecentes.
Vejo uma luz no horizonte pela ação conjunta que está sendo liderada pela Polícia Militar, envolvendo os professores, os educadores, os técnicos em educação, as direções, os estudantes, os pais e toda a comunidade. Esta tarefa, desenvolvida mediante várias aulas de cunho preventivo, está sendo muito bem aceita e aplaudida pelos nossos educadores. É o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), que abraçamos nesta entidade.
Vejo com grande expectativa e entusiasmo o trabalho que está sendo iniciado na nossa instituição. Acredito que, atingindo todos os setores da sociedade, como está sendo sugerido pelo programa, o consumo de drogas deverá ser grandemente reduzido, induzindo os jovens a buscar os grandes valores de saúde, vida, paz e segurança. Atingindo todos os setores da sociedade, cada um atuará como controlador do outro, e cada pessoa informada poderá auxiliar a outra na busca de uma vida saudável, protegida e tranquila.
*DIRETOR-GERAL DA FUNDAÇÃO PÃO DOS POBRES
Fonte: Zero Hora, 23 de junho de 2010