Magistrados e cidadãos se engajam no combate à fraude eleitoral
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançou na manhã desta quarta-feira, dia 10 de maio, no Hotel Blue Tree, em Brasília (DF), a campanha Operação Eleições Limpas. A iniciativa objetiva mobilizar juízes e sociedade a fiscalizar com rigor as arrecadações e os gastos das campanhas eleitorais de 2006. A solenidade de lançamento, que contou com a presença de cerca de 150 magistrados, parlamentares, estudantes e representantes de entidades de classe, foi incrementada com palestra da cientista política Lucia Hippolito.
O presidente da AMB, juiz Rodrigo Collaço, disse que a idéia de lançar a campanha surgiu dos recentes episódios que registraram o envolvimento de candidatos a cargos eletivos com a prática de caixa dois. “Implantada a urna eletrônica no sistema eleitoral brasileiro ficou abolida a fraude no voto em si. Agora é chegada a hora de a magistratura brasileira direcionar sua luta no combate às fraudes eleitorais no sentido mais amplo”, afirmou.
Collaço comunicou aos participantes da solenidade que foram impressas 100 mil cartilhas que, de forma bastante didática, vai orientar juízes e demais cidadãos brasileiros sobre o que é permitido e o que é proibido em termos de arrecadação e gastos eleitorais. Exemplares da publicação serão distribuídos a todos os associados à AMB e podem ser obtidos também no site da entidade (www.amb.com.br).
“Para difundir essa campanha, precisamos do engajamento não só dos juízes eleitorais, mas de todos os 15 mil magistrados brasileiros. Só assim nosso objetivo de tornar as eleições no país mais éticas e limpas será alcançado”, salientou o presidente da AMB.
Após a abertura da Operação Eleições Limpas pelo presidente Collaço, a palavra foi concedida à cientista política e jornalista Lucia Hippolito. No início de sua palestra, Lúcia agradeceu o convite da AMB e disse que tem um namoro antigo com a Associação, desde a criação do livreto O Judiciário ao Alcance de Todos – Noções Básicas de Juridiquês.
Lucia Hippolito abordou aspectos sobre a reforma política, a fidelidade partidária, além de responder às perguntas dos magistrados e dos parlamentares presentes. Eles a questionaram sobre a influência que as pesquisas exercem no momento do voto, a opinião sobre o financiamento das eleições, reeleição, verticalização, voto obrigatório e o poder que os movimentos sociais e as organizações não-governamentais têm no país.
“Tudo que a AMB fizer para contribuir com a democratização da informação eu estarei de pé aplaudindo. Com a Operação Eleições Limpas, a AMB está dando uma contribuição muito grande para que haja fiscalização nas campanhas eleitorais. Tem de haver fiscalização, transparência e luz sobre os gastos públicos”, ressaltou Lucia Hippolito.
Fonte: Associação dos Magistrados do Brasil (AMB)