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Notícias
Em artigo para o jornal Zero Hora, o presidente João Ricardo Santos Tavares defende a ponderação e o debate eleitoral qualificado
Texto do promotor de Justiça foi publicado na super edição da Zero Hora deste final de semana, dos dias 30 e 31 de julho
Em artigo publicado na super edição da Zero Hora deste final de semana, dos dias 30 e 31 de julho, o presidente João Ricardo Santos Tavares falou acerca da polarização que aflige o momento político atual e defendeu a ponderação na busca do debate eleitoral qualificado. Confira a íntegra do artigo assinado pelo promotor de Justiça:
Um pouco mais de alma
Em 2020, quando a pandemia da Covid-19 se intensificou e fomos todos confrontados com a finitude da vida e a obrigação de ficarmos isolados em casa para preservá-la, houve muitas afirmações esperançosas de que, quando tudo passasse, sairíamos muito melhores como seres humanos, mais tolerantes e com mais empatia uns pelos outros.
Chegamos na metade de 2022 nos encaminhando para o fim da pandemia e a esperança preconizada veio derrotada pela constatação dos duros fatos que a vida nesses tempos tem escancarado diante dos nossos olhos.
O efeito de termos encarado a morte tão próxima foi exatamente o contrário do esperado. Nos círculos familiares e de amizade, no ambiente de trabalho ou de lazer, no trânsito, enfim, em todos os lugares onde nos relacionamos, temos visto acontecer exatamente o oposto do que imaginávamos. Estamos com baixíssimo nível de tolerância e a lamentável polarização que acompanhamos na atividade política está presente em nosso dia-a-dia. Não conseguimos manter mais o mínimo diálogo respeitoso com aqueles que pensam diferente. Tudo tem que ter lado e, se não é o meu, a divergência é encarada como algo a ser combatido e destruído. Amizades construídas há anos têm sido desfeitas. Discussões acirradas e contaminadas pelo ódio têm sido corriqueiras. Até tragédias têm ocorrido decorrentes de episódios banais porque não estamos conseguindo conviver com a diversidade de pensamento.
É preciso dar um basta nisso tudo. Teremos eleições nesse segundo semestre e tudo indica que, se não mudarmos esse comportamento, teremos dias de intolerância ainda mais recrudescida pela frente. É hora, portanto, de fazer um chamamento à reflexão e à razão. Que a propaganda eleitoral que está prestes a iniciar seja balizada somente em propostas de ideias, de programas, de soluções para os nossos problemas. Que os ataques pessoais, a propagação de mentiras e a destruição de biografias fiquem totalmente de lado e deem lugar ao debate qualificado. Que o que realmente importe sejam as reais intenções de construir um país melhor, mais justo e igualitário.
Não custa sonhar que podemos mudar nossas atitudes, como fizemos no início da pandemia. Ela depende somente de cada um. Afinal, parafraseando Lenine, tudo está pedindo um pouco mais de calma, a vida pede um pouco mais de alma.
Um pouco mais de alma
Em 2020, quando a pandemia da Covid-19 se intensificou e fomos todos confrontados com a finitude da vida e a obrigação de ficarmos isolados em casa para preservá-la, houve muitas afirmações esperançosas de que, quando tudo passasse, sairíamos muito melhores como seres humanos, mais tolerantes e com mais empatia uns pelos outros.
Chegamos na metade de 2022 nos encaminhando para o fim da pandemia e a esperança preconizada veio derrotada pela constatação dos duros fatos que a vida nesses tempos tem escancarado diante dos nossos olhos.
O efeito de termos encarado a morte tão próxima foi exatamente o contrário do esperado. Nos círculos familiares e de amizade, no ambiente de trabalho ou de lazer, no trânsito, enfim, em todos os lugares onde nos relacionamos, temos visto acontecer exatamente o oposto do que imaginávamos. Estamos com baixíssimo nível de tolerância e a lamentável polarização que acompanhamos na atividade política está presente em nosso dia-a-dia. Não conseguimos manter mais o mínimo diálogo respeitoso com aqueles que pensam diferente. Tudo tem que ter lado e, se não é o meu, a divergência é encarada como algo a ser combatido e destruído. Amizades construídas há anos têm sido desfeitas. Discussões acirradas e contaminadas pelo ódio têm sido corriqueiras. Até tragédias têm ocorrido decorrentes de episódios banais porque não estamos conseguindo conviver com a diversidade de pensamento.
É preciso dar um basta nisso tudo. Teremos eleições nesse segundo semestre e tudo indica que, se não mudarmos esse comportamento, teremos dias de intolerância ainda mais recrudescida pela frente. É hora, portanto, de fazer um chamamento à reflexão e à razão. Que a propaganda eleitoral que está prestes a iniciar seja balizada somente em propostas de ideias, de programas, de soluções para os nossos problemas. Que os ataques pessoais, a propagação de mentiras e a destruição de biografias fiquem totalmente de lado e deem lugar ao debate qualificado. Que o que realmente importe sejam as reais intenções de construir um país melhor, mais justo e igualitário.
Não custa sonhar que podemos mudar nossas atitudes, como fizemos no início da pandemia. Ela depende somente de cada um. Afinal, parafraseando Lenine, tudo está pedindo um pouco mais de calma, a vida pede um pouco mais de alma.
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