Conclusões do Congresso Internacional Crack e outras Drogas serão encaminhadas a autoridades
Em três dias de conferências, paineis e oficinas, o Congresso Internacional Crack e outras Drogas já teve um mérito de cosenso. Com centenas de opiniões, relatos e experiências trazidas de todo o país, do México, da Argentina e da Colômbia, restará um rico material de trabalho a nortear as futuras discussões sobre o problema. Os conclusões votadas e aprovadas nas 16 oficinas temáticas serão enviadas enviadas para as autoridadades competentes. A Comissão Organizadora do evento deverá divulgar o documento com as proposições nos próximos dias.
Conforme o promotor de Justiça David Medina da Silva, coordenador-geral das oficinas de trabalho, está plenamente justificada a realização do evento. "A questão da drogadição, especialmente do crack, sempre foi muito mais teórica do que prática. Não havia uma convergência de opiniões". Segundo Medina, o congresso proporcionou reunir pessoas com grande conhecimento e elevado índice de interesse. "Pudemos desenvolver diálogos produtivos, que renderam material importante para encaminhar as discussões e proposições ligadas ao assunto daqui para a frente".
O promotores Amilcar Macedo, Sérgio Diefenbach, Márcio Bressani, José Nilton Souza,
Sérgio Haris, Isabel Bidigaray, Carmem Conti e o promotor aposentado Cláudio Brito foram coordenadores de oficinas temáticas. Segundo Haris, que coordenou a oficina Entrada e Circulação de Drogas no Brasil, o contato com profissionais de diferentes áreas e a troca de informações foi muito rica para todos. O promtor Victor Hugo de Azevedo Neto, que participou como expositor, também avaliou positivamente o trabalho nas oficinas. Também atuaram como palestrantes os promotores Rodrigo Schoeler de Moraes, Miguel Velasques, Angela Rotuno, Ivana Battaglin e o deputado e procurador aposentado Carlos Eduardo Vieira da Cunha.
Empolgado com a profusão de informações que circularam entre os participantes do congresso, o coordenador da Central Única das Favelas no Ceará, Preto Zezé, elogiou a iniciativa do evento. “O problema do crack é a falta de informação”, disse. A discussão e o conhecimento adquirido ajudarão a solucionar essa questão. O cearense propôs a realização de etapas nacionais do encontro, visando levar mais informação a todo o país.
O promotor Charles Emil Martins foi um dos expositores das oficinas temáticas, coordenada pelo promotor Márcio Bressani
O congresso também foi valorizado pelo médico mexicano Javier Cano, um dos painelistas do segundo dia de atividades. "O grande diferencial deste encontro é a formulação de um documento com as proposições extraídas dessa massa social que participou do congresso. O encaminhamento aos represetantes do Poder Público das ideias levantadas nesta semana, em Porto Alegre, podem dar um novo rumo à abordagem do problema no Brasil".