A sala do Tribunal do Juri no Fórum do município de Torres foi pequena para acomodar os mais de 100 proprietários de estabelecimentos comerciais e autoridades locais que compareceram à reunião marcada pelo promotor de Justiça Daniel Martini. Assim como em Capão da Canoa, o objetivo da Promotoria ao reunir os empresários foi assinar um Termo de Adesão ao acordo de cooperação entre Ministério Público, Fundação Thiago Gonzaga, Instituto Ficar e AMP/RS para coibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.

Ao abrir a reunião, o promotor Martini  deu algumas informações sobre a legislação que garante proteção à criança e ao adolescente, lhes dá direito à saúde e a educação e que proíbe a venda de bebidas a menores. Segundo ele, o Centro Brasileiro de Estudo sobre Drogas Psicotrópicas constatou que nos últimos 5 anos a ingestão de álcool aumentou 30% entre jovens de 12 a 17 anos.  Após sua explanação de abertura,  o promotor esclareceu aos comerciantes que o objetivo da reunião foi propor o engajamento dos empresários da região de Torres e Arroio do Sal. “Ao assinar este Termo de Adesão, os senhores estão se engajando nesta luta, e não comprometendo-se a cumprir qualquer obrigação adicional que a lei já não preveja”.

Cidadania

Em sua manifestação o presidente da AMP/RS, Marcelo Dornelles, lembrou da campanha de combate ao crack lançada pela  pela Associação no início de 2009. “Durante o ano passado estivemos  em muitos municipios deste estado, conversamos com milhares de pessoas, com objetivo de alertar sobre os riscos e consequências do uso de drogas.  Olhando pra trás fica cada vez mais claro o quando é importante investir  em ações de responsabilidade social e cidadania, como faz a Fundação Thiago Gonzaga e Instituto Ficar”. Segundo Dornelles, o álcool é a porta de entrada para muitas outras drogas, sendo responsável por mais de 70% de violência doméstica. “ Por isso, nós queremos pediar a vocês colaboração, engajamento, não só como empresários, mas como pais e cidadãos”.

Dornelles contou um pouco da história da Fundação Thiago Gonzaga a pedido da fundadora, Diza Gonzaga, que não pode comparecer ao evento. O vice-presidente do Instituto Igor Carneiro (Ficar), falou sobre o trabalho desenvolvido pela ONG, que tem como principal objetivo ampliar a segurança em casas noturnas e grandes eventos dirigidos aos público jovem. 

Gervásio Gomes é proprietário do Campim Mampituba há 34 anos e se orgulha de não vender cigarros no único no barzinho que mantém no local. “É difícil lidar com esta gurizada, por isso estas reuniões são muito importantes”, disse ele, antes de sair do local do evento com um cartaz na mão produzido pela AMP/RS em parceria com a Fundação Thiago Gonzaga que alerta para os riscos de vender bebida para menores.

O promotor Vinicios de Melo Lima também esteve presente na reunião, assim como a juíza Liliane Mog da Silva, a delegada Eliana Mendonça Campão e o major Braga, representando o comando da Brigada Militar, além dos conselheiros tutelares de Torres e Arroio do Sal.