Combate ao consumo de álcool mobiliza MP e comerciantes no Litoral Norte
Proprietários de 28 de bares e restaurantes de Capão da Canoa e Atlântida aderiram nesta sexta-feira ao Termo de Cooperação Técnica que tem como objetivo coibir o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros em seus estabelecimentos. A reunião, realizada na sede da Promotoria de Capão e coordenada pela promotora de Justiça Anelise Stifelman, contou com a presença do presidente da Associação do Ministério Público, Marcelo Dornelles, das criadoras da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, Diza Gonzaga, e do Instituto Igor Carneiro (Ficar), Isabel Santos.
O acordo, assinado pelo Ministério Público e pelas duas entidades durante lançamento da Operação Veraneio, também tem por objetivo conscientizar a população e as empresas da importância de adotar medidas de segurança necessárias em eventos e casas noturnas. Ao abrir o evento, a procuradora Anelise alertou aos presentes que o objetivo da ação não é um trabalho repressivo. Segundo ela, o Ministério Público não pretende coagir ninguém a aderir a esta proposta, mas conscientizar aqueles que comercializam cigarros e bebidas alcóolicas sobre a importância de evitar que menores consumam estas substâncias. A prefeitura de Capão de Canoa esteve representada no evento pela secretária de Assistência e Inclusão Social, Maria Elisete Machado Germano.
Marcelo Dornelles falou sobre os perigos do álcool quando consumido em exagero. "Falo aqui não só com comerciantes, mas com pais, mães, filhos, com cidadão. E nosso recado é bem simples: o que queremos aqui, com esta reunião, é um ato de cidadania". A Associação é um dos apoiadores não só da ação promovida pela Promotoria de Capão da Canoa, como da Caravana pela Vida - da Fundação Thiago Gonzaga.
Conforme uma comerciante do Centro de Atlântida, é muito difícil controlar os menores em busca de álcool. Alguns deles, afirma, chegam a oferecer mais dinheiro do que o valor do produto que procuram para ter acesso à bebida.
Se havia ainda algum receio dos empresários presentes sobre o objetivo do encontro, o depoimento de Diza Gonzaga acabou com qualquer resistência. "Eu não podia deixar de vir aqui falar com vocês, que foram os primeiros que abriram as portas e janelas de seus bares para nossos voluntários", disse, referindo-se ao trabalho da Madrugada Viva, primeiro projeto da Vida Urgente.
Isabel Santos, que perdeu há pouco mais de uma ano o filho, Igor, assassinado em uma festa, contou um pouco da sua história e pediu segurança e prudência aos empresários que organizam festas e eventos, principalmente para adolescentes e crianças. "É preciso um segunrança para cada 30 ingresso vendido e isso, na maioria das vezes, não é respeitado pelas produtores de eventos", disse ela.”
Ao final do encontro, os comerciantes assinaram o Termo de Adesão e receberam os cartazes produzidos pela AMP/RS que alertam para os riscos de vender bebida para menores de 18 anos.