O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edson Brum (PMDB), anunciou, no início da tarde desta terça-feira, o cancelamento da sessão plenária que daria início à votação de um pacote de projetos do Executivo estadual. A medida foi adotada após forte mobilização de servidores públicos vinculados ao Poder Executivo, que bloquearam por mais de sete horas todas as entradas do Parlamento, e uma reunião entre sindicalistas e lideranças partidárias, que terminou sem acordo. Um dos temas mais polêmicos é o PLC 303/2015, que trata da criação do regime de previdência complementar.

A diretoria da AMP/RS e representantes de outras entidades que integram a União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública acompanharam as manifestações. O movimento atuou intensamente nas últimas semanas, junto aos parlamentares e ao governo do Estado. O objetivo era sensibilizar o governador José Ivo Sartori a retirar o regime de urgência do projeto. Em visitas aos líderes de bancadas e ao chefe da Casa Civil, apresentaram argumentos que apontavam a inconsistência do texto e a necessidade de uma análise mais aprofundada pela Assembleia Legislativa antes de votar um projeto tão importante e cujo impacto econômico somente se dará em 30 anos.

A mobilização começou por volta das 6h30min, com um acampamento em frente à sede do Parlamento gaúcho. Por volta das 9h, o presidente da Assembleia dialogou com os manifestantes e, a pedido deles, agendou uma reunião entre as lideranças partidárias do Legislativo e os representantes do Movimento Unificado dos Servidores, que reúne mais de 40 categorias. Às 11h30min, teve início a reunião em que os sindicalistas apresentaram seu descontentamento em relação aos projetos de Sartori. Sem acordo com os manifestantes que interrompiam os acessos ao prédio, Edson Brum anunciou, por volta das 14h30min, que a sessão desta tarde estava cancelada.

O presidente da AMP/RS, Sérgio Harris, avaliou o episódio. "A Associação se posicionou contra a urgência e contra o mérito do PLC 303/2015. Entretanto, é de se salientar que também somos contrários ao impedimento dos trabalhos legislativos, como aconteceu na tarde desta terça-feira".

Até o momento, o regime de urgência permanece, e o projeto poderá ser votado a qualquer momento.



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