Leia o artigo do jornalista e publicitário João Firme sobre a Caravana de Comunicação Social, uma iniciativa que tem  o apoio da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (AMP/RS). O texto foi publicado no site www.coletiva.net.

A grande proposta deste evento cingiu-se como instrumento da prática da democracia e da cidadania. A publicidade é uma prestação de serviços, e por isso aqueles que vivem dessa atividade devem dar a sua contribuição pessoal às causas que apostam. Por falta de informação, excelentes projetos sociais andam a passos de tartaruga, e alguns fenecem por falta de recursos e da publicidade.

A médica sanitarista Zilda Arns, presidente da Pastoral da Criança, fez questão de responder para um participante do 1º Fórum Mundial de Comunicação Social, realizado em janeiro de 2003, no auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa, que queria saber se era ética a publicidade social assinada por empresas.  A extraordinária mulher, indicada quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz, afirmou que até o final do século XX vinha protegendo a Pastoral da Criança da publicidade, mas decidiu entrar no mundo da comunicação porque entendeu que desta maneira os projetos andariam com maior rapidez, e foi o que aconteceu. Projetos delineados para 10 anos se desenvolveram em 1 ou 2. Hoje, a pastoral ganhou fronteiras e está na maioria dos países latinos, inclusive em Portugal e em inúmeras nações africanas.

Como resultado do 4º Fórum Mundial de Comunicação Social, o Sindicato das Agências de Propaganda do RS e a Associação Latino-Americana das Agências de Publicidade idealizaram, com as parcerias do Rotary Club Porto Alegre Glória Teresópolis, Associação Médica do RS, Associação do Ministério Público do RS, Associação dos Juízes do RS e o Instituto dos Advogados, a Caravana da Comunicação Social, que deverá visitar os 28 Rotary Club da capital gaúcha com o objetivo de mostrar para a comunidade os projetos sociais assistidos pelos rotarianos dos bairros. Em cada edição quinzenal ou mensal, médicos, promotores, juízes, advogados, publicitários e rotarianos fazem palestras voltadas para a saúde, direitos dos cidadãos e comunicação social, e exibem seus dotes artísticos.

No planejamento desta iniciativa, descobriu-se que por não fazerem a inclusão social, muitas ONG’s que prestam serviços admiráveis deixam de receber doações do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente que permite abater do imposto de renda à pagar, 1% da pessoa jurídica e 4% da física, apesar de estarem preparados para o ensino profissional, artístico e desportivo, de jovens que estariam perambulando pelas ruas pedindo para comer ou sustentar vícios.

A Casa do Artista, do bairro Glória de Porto Alegre, por exemplo, vive da caridade de famílias, principalmente de comunicadores (jornalistas, radialistas, cantores, músicos e publicitários). Na grande sede própria abriga alguns idosos (abandonados pelas famílias), mas com condições de ensinar artes, como música, canto, interpretação e esportes.

O SPERGS sugeriu em uma das reuniões com os representantes das entidades que integram a Caravana para se adequar à casa do Artista aos incentivos fiscais do Fundo Municipal da Criança e do adolescente desde uma vez que esteja devidamente registrada para o ensino de jovens carentes do bairro Glória. Darcílio Messias, cantor do coral da OSPA, presidente da obra que para uma reunião foi presidida por Cândido Norberto, chorou de alegria afirmando que estava à procura de algo novo que possibilitasse o preenchimento da ociosidade dos que lá residem. O Ministério Público e as demais entidades abraçaram a idéia e documentação necessária para atingir os objetivos de inclusão social estão sendo providenciados.

É por isso que acreditamos com entusiasmo na publicidade da Caravana da Comunicação Social.