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Promotor publica artigo sobre a Gripe A em jornal

O promotor de Justiça Antonio Augusto Ramos de Moraes, da comarca de Santa Maria, escreveu um artigo sobre a polêmica em torno do adiamento da volta às aulas no Estado em função da Gripe A. O texto foi publicado em Zero Hora desta sexta-feira. Confira a íntegra do artigo.
31/07/2009 Atualizada em 21/07/2023 10:57:33
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O promotor de Justiça Antonio Augusto Ramos de Moraes, da comarca de Santa Maria, escreveu um artigo sobre a polêmica em torno do adiamento da volta às aulas no Estado em função da Gripe A.

Preocupado com os riscos da disseminação do vírus em uma época de baixas temperaturas e em ambientes de alta concentração de pessoas, Moraes alertou sobre o problema e avalizou a decisão do governo do Estado e de tantas instituições de ensino gaúchas que decidiram prolongar as férias dos alunos.

Confira abaixo o artigo publicado à página 31 de Zero Hora desta sexta-feira (31 de julho).



A GRIPE A E A VOLTA ÀS AULAS

Na edição de Zero Hora do dia 28 de julho foi publicada matéria com manifestação do senhor Secretário da Saúde do Estado, constando que a Gripe A, em virtude da progressão geométrica de sua expansão, nas próximas duas semanas passará do número aproximado de 10 mil para 40 mil pessoas atingidas. Conforme outras informações, nesse período a epidemia atingirá o seu ápice.

Também há notícias de que os serviços de saúde estão superlotados e de que a oferta do único medicamento para combater a doença, o denominado Tamiflu, é escassa. Para o Rio Grande do Sul, o último lote distribuído conteria 15 mil tratamentos. Segundo orientações em vigor, todas as pessoas que apresentem sintomas da Gripe A devem ser tratadas como se estivessem contaminadas. Ora, basta uma rápida leitura das informações para concluir que não existe medicação para tratar a todos.

Esse é o principal problema, e que não está recebendo a devida atenção, pois a pauta das discussões tem sido se a letalidade da gripe é alta, média ou baixa. Não interessa o grau de letalidade, mas sim o fato de que o quadro de saúde do paciente, caso não seja tratado adequadamente, pode evoluir para um caso fatal.

Diante desse panorama, abordo a questão que intitula o artigo, ou seja, se a Gripe A deveria retardar a volta às aulas. A resposta me parece óbvia. O retorno precisa ser adiado, como já ocorre em todas as escolas estaduais e muitas das particulares. Não poderíamos, logo no ápice da epidemia, mandar nossos filhos para os seus colégios com no mínimo 500 alunos por turno.

Ao prorrogar o retorno às aulas, serão evitados diversos focos de concentração de pessoas, reduzindo o risco de novos contágios. Pode não acontecer nada, mas também poderá acontecer, e nesse caso, para usar frase de recente editorial de Zero Hora, a vida somente continuará se a pessoa contaminada tiver acesso ao tratamento adequado, o que, pelo que se vê, não existe garantia de que ocorrerá. A decisão do Estado acerca do adiamento da volta às aulas reflete uma postura de prudência em face do problema, de proporções desconhecidas, evitando mais um fator de risco. A proteção à vida e à saúde sempre precisa ser o principal foco do Estado na tomada de decisões. Felizmente prevaleceu o bom senso.           





ANTÔNIO AUGUSTO RAMOS DE MORAES,

     PROMOTOR DE JUSTIÇA.


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