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Promotor Francisco Cembranelli apresentou o "Caso Isabella" aos gaúchos

O promotor de Justiça do Juri de São Paulo, Francisco Cembranelli, lotou os auditórios do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz do Sul, na noite de sexta-feira (22), e Mondercil Paulo de Moraes, na Sede do Ministério Público, em Porto Alegre, na manhã de sábado (23).

26/08/2008 Atualizada em 21/07/2023 10:57:19
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O promotor de Justiça do Juri de São Paulo, Francisco Cembranelli, lotou os auditórios do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz do Sul, na noite de sexta-feira (22), e Mondercil Paulo de Moraes, na Sede do Ministério Público, em Porto Alegre, na manhã de sábado (23).



A convite da Fundação Escola do Ministério Público e do promotor de Justiça Júlio Cesar Meira Medina, organizador da XXIV Semana do Ministério Público de Santa Cruz do Sul, o promotor esteve pela primeira vez no Estado para falar sobre o caso de maior repercussão que já caiu em suas mãos, conhecido como "caso Isabella".





Isabella Nardone, de 5 anos, morreu, no dia 29 de março, após ser jogada do 6° andar de um edifício na zona norte da capital Paulista. O crime chocou o País principalmente pelo fato dos denunciados pelo assassinato serem o pai Alexandre Alves Nardoni e a madrasta Anna Carolina Trota Peixoto Jatobá.





Advogados, promotores de justiça, estudantes, interessados no caso e alguns curiosos ouviram atentamente as palavra de Cembranelli que, durante sua exposição, repetiu os motivos pelos quais pediu a prisão preventiva do casal e apresentou uma visão panorâmica da investigação desde o dia do crime. Conforme o promotor, o casal teve uma discussão – em função do ciúme doentio que Anna tinha da mãe da menina – e, logo em seguida, a madrasta esganou Isabella. Quando percebeu que a filha tinha desfalecido, Nardoni teria cortado a tela da janela do apartamento e jogado a menina do sexto andar.





Desabafo



Prestes a completar 20 anos de carreira e com uma bagagem de em torno de 900 júris, Cembranelli iniciou suas palestras agradecendo os convites e destacando nunca esquecer que toda essa notoriedade momentânea adquirida por ele com o caso veio de uma grande tragédia. “Fácil falar do caso Isabella nunca vai ser”, diz e completa: “Eu voltaria ao anonimato absoluto se pudesse devolver a vida a menina”.





O promotor diz que o crime continuaria insolúvel não fosse a dedicação de 20 peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo. Sobre perícias contratadas pelos advogados de defesa dos acusados, ele deixou claro que “só serviram para perturbar e dar visibilidade na mídia a pessoas sem a menor credibilidade que, inclusive, estão com projetos políticos em andamento nas suas regiões”. “ A comunidade poderá saber, no momento certo, em que lado está a verdade”.





A mídia





Tranqüilidade e respeito são palavras-chave que resumem a atuação de Cembranelli. “Ofereci a denúncia em atendimento apenas à minha consciência”, disse, referindo-se ao turbilhão de opiniões de “juristas de plantão”, como chamou os jornalistas, apresentadores, comentaristas e até artistas de TV que acharam-se no direito de dar publicamente a sua opinião sobre cada passo da investigação.



Manifestou repúdio quanto à maneira como foi o cumprimento do mandado de prisão dos acusados, transmitido ao vivo por algumas emissoras, e outras atitudes sensacionalistas da mídia. “Pedi sempre tranqüilidade à população para que pudéssemos trabalhar, mas a situação, muitas vezes, fugiu do meu controle”. Deu como exemplo de excesso, o dia em que foi feita a reconstituição do crime. “Parecia uma final de campeonato”, disse. Da sacada do apartamento, Cembranelli viu garçons servido bebidas à imprensa que acompanhava os trabalhos. “Aí eu entendi a importância que a mídia estava dando ao caso”.





A defesa



O promotor diz que não tem nenhuma crítica à defesa. “Entendo que ela faz o seu papel, mesmo que ele seja apenas perturbar as investigações para tentar prorrogar o Júri, dando tempo para que o caso caia no esquecimento do público". Se não houver recursos, o que ele não acredita, o julgamento acontece até o final deste ano. Senão só a partir do 2º semestre de 2009, "sendo otimista", disse.





Reconhecimento



Por fim, nas duas palestras, Cembranelli agradeceu os convites e, mais uma vez lamentou o motivo que o trouxe ao Estado. “Temos ainda uma longa história pela frente”, disse. Após responder incansavelmente a todo e qualquer questionamento do público, o promotor recebeu elogios de todos os lados. O vice-presidente da Associação do Ministério Público, presente entre as autoridades que receberam o promotor em Santa Cruz, disse que através da atuação de Cembranelli, todo o Brasil ficou sabendo como é e deve ser a ação do promotor de justiça criminal.





Em Porto Alegre, o promotor de Justiça aposentado e jornalista Cláudio Brito, que atuou como mediador, encerrou a leitura das manifestações com um pequeno bilhete enviado por uma senhora presente na platéia, que pareceu, segundo ele, resumir o pensamento geral: “Manifesto meu voto de louvor ao trabalho sério, claro e seguro do promotor de Justiça Francisco Cembranelli”.





Nas duas cidades, o promotor concedeu, ainda, entrevistas coletivas às imprensas locais.





Em Santa Cruz do Sul, onde a palestra encerrou a XXIV Semana do Ministério Público, estiveram presentes o procurador-geral de justiça, Mauro Renner, o vice-presidente da AMP/RS, Marcelo Dornelles, o coordenador do CAO Criminal, David Medina da Silva, e os promotores Júlio Cesar Meira Medina,Eduardo Ritt, Simone Spadari, Maria Fernanda Csssol Moreira, Jefferson Dall' Agnol , Marcos Rauber, Rui Prediger e Nádia Ricachenevsky.





Em Porto Alegre, as honras da Casa foram feitas pelo subprocurador-geral de justiça para Assuntos Administrativos, Anízio Pires Gavião Filho e pelo coordenador do CAO Criminal, David Medina da Silva, sob a mediação de Cláudio Brito.



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Cembranelli em sua palestra na capital gaúcha



Fonte e fotos: Relacionamento MP/RS

Edição: Comunicação AMP/RS


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