PF pede indiciamento de 115 <br> por depredação da Câmara
A Polícia Federal pediu nesta terça-feira (20/6), o indiciamento de 115 integrantes do MLST (Movimento para Libertação dos Sem-Terra). Quarenta e dois destes já estão presos na penitenciária da Papuda, em Brasília. O Ministério Público decide se denuncia ou não os sem-terra. Se condenados, os militantes podem pegar até 15 anos de prisão.
A PF concluiu a primeira fase de investigação sobre a invasão da Câmara dos Deputados comandada no último dia 6 de junho e já enviou o relatório do inquérito policial à Justiça. Os sem-terra são acusados de praticar os crimes de corrupção de menores, dano ao patrimônio público, lesões corporais graves e leves, além de formação de quadrilha.
Entre os presos está Bruno Maranhão, líder máximo do MLST. Ele nega ter participado da invasão. Segundo a PF, existem imagens nas quais o dirigente, no Salão Verde da Câmara, pede que seus liderados se mantenham no local. “A participação dele é efetiva. Ele não precisa aparecer quebrando nada”, afirmou o delegado Valmir Oliveira que conduz a investigação juntamente com os colegas Gustavo Santana e Carlos Henrique Barboza.
Os militantes que já estão presos também tiveram a prisão preventiva feita. Quanto às razões que justificam o pedido, o delegado Oliveira afirmou que uma eventual liberação dos presos pode gerar risco para a ordem pública ou mesmo prejudicar o levantamento de dados necessários para embasar um eventual processo. Os nomes de novos envolvidos na invasão surgiram de uma lista que registra a presença de 96 integrantes do MLST em uma reunião realizada para organizar a invasão. O encontro aconteceu em instalações pertencentes à Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura)l, em Brasília, na véspera da invasão.
Conforme a investigação, a reunião foi organizada pelo casal Gladis Rossi e Joaquim Ribeiro, que é secretário nacional do MLST. A PF afirma ter tentando ouvir Gladis, em contato intermediado por advogados. Mas ela não compareceu. Conforme a PF, Gladis disse que seu marido está desaparecido desde a invasão da Câmara.
Imagens da reunião revelam que o grupo estava preparado para usar violência no ato de invasão.
Para a PF, ainda há fatos relacionados ao MLST a investigar como o uso que faz de recursos que recebe de órgão federais. Caberá ao Ministério Público Federal decidir se denuncia os acusados neste momento ou se pede novas diligências à PF para ampliar a investigação.
Fonte: Folha de São Paulo