Ministro da Saúde recebe nesta sexta-feira plano gaúcho de enfrentamento ao crack
Uma nova etapa no processo de estruturação para fazer frente ao flagelo das drogas será cumprida nesta sexta-feira, na capital gaúcha. O programa Destinos e Ações para o Rio Grande, desenvolvido pela Assembleia Legislativa em parceria com a Câmara dos Deputados, promove o debate “A Política de Saúde e o Enfrentamento ao Crack”. O evento tem início às 9h, no Plenário 20 de Setembro e contará com as presenças do secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni, e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que apresentará o Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack.
O combate à drogadição e ao tráfico, em especial ao crack, já se constituiu em uma das principais bandeiras da Associação do Ministério Público. A entidade, que em 2009 adotou a causa, ao lançar a campanha Crack - Ignorar é o seu vício?, segue envolvida nesse debate.
Participante assíduo dos debate sobre a questão no Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, o secretário-geral da AMP, Márcio Bressani, está envolvido na formatação de um documento que será entregue ao ministro. "O conteúdo apresenta as medidas já adotadas no Estado e o que se pretende fazer na continuidade, em acordo com a política nacional de atendimento e enfrentamento ao crack. O Rio Grande do Sul avançou muito a partir do momento em que se começou a encarar a situação e pensar sobre ela. Começamos a trabalhar para suprir a falta de atendimento de saúde, de uma política de planejamento familiar e de enfrentamento do crime, que é a última ponta desse problema social".
O promotor comemora o amadurecimento das abordagens feitas sobre o assunto nos últimos anos. Segundo ele, a posse do Conselho Estadual de Combate à Drogadição, que ocorrerá também nesta sexta-feira, é uma amostra de que mecanismos vêm sendo criados. "Atraímos o poder político com nossas campanhas junto à comunidade, participando de palestras, levando representantes da Cufa pra sensibilizar aquelas pessoas que têm familiares envolvidos com a droga. Nas comarcas, começamos a dar maior atenção a esse tema, que hoje é pauta do Ministério da Saúde, envolvendo também o Ministério da Justiça e Secretaria Estadual de Saúde", diz Bressani.
Outro aspecto positivo dessa caminhada, avalia, é o esforço empreendido pelo Instituto Crack Nem Pensar, do qual a AMP faz parte. A entidade promoveu uma campanha e tenta trabalhar alternativas e propostas para que o poder público possa aderir e fazer o tratamento como tem de ser feito. "A partir de agora, a ideia é trabalhar mais as questões de tratamento. Esse é o viés que vamos adotar daqui para a frente. Cresceu o enfoque dado pela AMP e pelo Ministério Público. Temos de atuar fortemente para que o Estado trate do assunto na dimensão que o tema merece. É preciso preparar as equipes de atendimento para que o problema não desemboque todo na segurança pública", conclui.