O programa Espaço Aberto dessa segunda-feira, 27, na Rádio Guaíba, debateu a crise no Senado Federal e as ações de combate à gripe A. Participaram o presidente da Associação do Ministério Público, Marcelo Dornelles, os deputados federais Fernando Marroni (PT) e Germano Bonow (DEM) e o vereador de Porto Alegre e prefeito em exercício, Sebastião Melo (PMDB).



Novas ligações telefônicas captadas pela Policia Federal foram divulgadas e  comprometeriam Sarney. Dornelles relatou que é difícil ser cidadão nesse momento, pois não se sabe mais em quem confiar, a quem recorrer. “Esse quadro se repete. Se nós olharmos no ano passado, a questão do Renan Calheiros, as coisas se repetem. Hoje é o Sarney, antes foi o Jader Barbalho, o Renan. E sempre se coloca a renúncia como solução. A renúncia do Sarney não resolve. A forma de fazer política no país deve ser repensada com muita seriedade”, observou.

 

O deputado Fernando Marroni diz que bancada do PT no Senado tem uma posição clara sobre o assunto, e o partido fica pressionado de um lado pelo presidente Lula e de outro pelos parlamentares que não aceitam mais esse tipo de conduta. “O eleitor tem de fazer uma triagem e renovar o Senado. O ex-presidente Fernando Collor, por exemplo, foi cassado e está novamente em Brasília”, afirmou.

O prefeito em exercício, Sebastião Melo, acredita ser o final de um ciclo do coronelismo no Brasil. “Não adianta mudar o Sarney. Sabemos com outras trocas que isso não dá certo. Esse país não precisa de três senadores por Estado. O Brasil precisa de vários avanços. Reforma política é necessária, mas tem que ter uma reforma no Estado. A mudança tem de ser estrutural”.



Gripe A

Os convidados também debateram sobre o balanço divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com os números da Gripe A no mundo. Foram registrados 134.503 casos da gripe, com 816 mortos, sendo 38 no Brasil, sendo 16 óbitos no Rio Grande do Sul.

Dornelles observa que as autoridades públicas estão tomando as iniciativas corretas e que o Ministério Público só irá tomar alguma atitude se houver omissão do Estado. “O MP está tranquilo com as decisões que estão sendo tomadas. O mais importante é a comunidade, o que está começando a se falar. A pessoa que está com sintomas deve se isolar, não precisa fechar escola. Esse tipo de informação está começando a se espalhar, e acredito ser a mais importante. Como estamos falando em possibilidade de epidemia, o envolvimento da sociedade é fundamental no sentido de se preservar e preservar os outros”.



O promotor considera correta a medida de controlar a distribuição dos remédios para evitar que as pessoas comecem a tomar o medicamento sem necessidade, correndo o risco de fortalecer o vírus e ter um prejuízo maior.