Instituto Crack Nem Pensar promove painel sobre internação compulsória de usuários da droga
As dificuldades no tratamento de usuários de crack e as alternativas para combater essa chaga social foram debatidas nesta quarta-feira (30), no programa Brasil na Madrugada, da Rádio Gaúcha. No estúdio, o secretário-geral da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Márcio Bressani, e o diretor do Departamendo de Políticas Públicas sobre Drogas da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, Solimar Santos Amaro, conversaram com a apresentadora Sara Bodowsky. A defensora pública Paula Pinto também participou, por telefone.
Promotor de Justiça em Taquara e representante do Instituto Crack Nem Pensar, Bressani analisou a questão da internação desses usuários mediante determinação judicial, ainda que contra a vontade do dependente químico. O tema será foco do painel Crack: Internação Compulsória Resolve?, que será realizado nesta quinta-feira, a partir das 19h, no Palácio do Ministério Público, em Porto Alegre. “A internação compulsória é necessária, nos casos em que a lei determina que assim seja feito, isto é: nos casos em que há necessidade de intervenção judicial para que a pessoas receba o tratamento necessário”.
Segundo ele, a peculiaridade dos efeitos causados pelo crack, muito mais lesivo, exige que seus usuários sejam administrados de forma diferente daqueles que enfrentam a dependência do álcool ou de outras drogas. Por isso, explicou, dificilmente o doente assume sua condição e pede ajuda. Ao contrário, a fissura é tamanha, que acaba buscando mais e mais, sejam quais forem os meios. “Tratar esses casos, muitas vezes, exigirá que um juiz determine a internação, mesmo contra a vontade do usuário”.
O painel Crack: Internação Compulsória Resolve? reunirá como debatedores o sociólogo e especialista em segurança pública Rodrigo Pimentel; o secretário estadual da Justiça e dos Direitos Humanos, Fabiano Pereira; o deputado federal Osmar Terra, autor do projeto de lei que prevê a internação involuntária de dependentes; e o presidente nacional da Central Única das Favelas, educador Preto Zezé. O evento foi concebido e organizado pelo Instituto Crack Nem Pensar, composto pelas associações do Ministério Público e dos magistrados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, além das universidades federais dos dois Estados e do Grupo RBS.