Iniciativa privada discute reconstrução do Rio Grande do Sul durante painel em Gramado
O terceiro e último painel do segundo dia da programação científica do XVI Congresso Estadual do Ministério Público aconteceu na tarde desta quinta-feira, 12 de setembro, em Gramado, reunindo representantes da iniciativa privada para debater a reconstrução do Rio Grande do Sul. A mediação foi do presidente da CONAMP, Tarcísio Bonfim. O painel contou com a participação do diretor de Assuntos Corporativos da CMPC Brasil, Augusto Robert; do gerente de Serviços Comerciais da RGE, Fábio Calvo Silva; do assessor de Relações Institucionais da CEEE Equatorial, Júlio Eloi Hofer; e da especialista em Inteligência de Mercado da Softplan Setor Público, Paloma Zimmer.
Fábio Calvo Silva iniciou o debate fazendo um alerta quanto aos prejuízos sofridos pelo sistema energético gaúcho durante as enchentes de maio e as alternativas encontradas para superar a crise vivida. “A falta de infraestrutura terrestre nos impediu de realizar uma série de atendimentos. Tivemos que utilizar aeronaves para acessar áreas alagadas e restabelecer o fornecimento a clientes, além do emprego de drones. Estamos focados em soluções que promovam resiliência operacional e melhorias na infraestrutura”, afirmou.
Já Paloma Zimmer, especialista em Inteligência de Mercado da Softplan Setor Público, abordou os impactos das catástrofes climáticas na vida das pessoas e os desafios para a retomada das atividades empresariais. “Estamos operando 99% de forma remota e percebemos que os desafios atuais seguem criando novas oportunidades. Os eventos climáticos estão se tornando mais frequentes. Precisamos de uma cultura digital robusta, considerando a vulnerabilidade dos data centers. É essencial estar atento ao armazenamento de dados na nuvem, que trazem maior segurança" concluiu.
Ao traçar um paralelo entre os efeitos climáticos no Chile e no Brasil, Augusto Robert, diretor de Assuntos Corporativos da CMPC Brasil, reiterou a importância de investir em sustentabilidade para mitigar impactos ambientais, especialmente após as chuvas de maio. “Um dos nossos pilares é aliar desenvolvimento e meio ambiente. Trabalhamos para expandir nossos investimentos calcados na conservação e preservação ambiental. Trabalhamos pela aumento da base florestal no RS e vamos seguir investindo em solo gaúcho, sempre alinhados aos conceitos de sustentabilidade, conservação ambiental e cultural, e produção industrial avançada”, destacou.
Após aporte bilionário realizado no RS, o assessor de Relações Institucionais da CEEE Equatorial, Júlio Eloi Hofer, também destacou como fundamental a realização de novos investimentos para reverter um cenário ainda mais desafiador após as enchentes. “É crucial investir na infraestrutura básica, especialmente neste período de reconstrução. As áreas rurais, que foram as mais desassistidas, precisam de atenção urgente. Em Porto Alegre, por exemplo, temos redes datadas de 1930 que precisam ser transformadas. E no interior, como em Jaguari, a situação é ainda mais delicada. Só conseguiremos mudar esse cenário com investimentos em infraestrutura”, finalizou.