Ética e moralidade são defendidas em ato público
Agora chega! A mensagem resume a grande mobilização que tomou conta do país na quarta-feira, em desagravo contra a corrupção e a falta de ética. O protesto, que invadiu ruas e avenidas em diversas capitais brasileiras, teve eco também em Porto Alegre. Reunidos na sede da OAB/RS, que ficou com a sala do Conselho Pleno e o auditório Guilherme Schultz Filho lotados, representantes de dezenas de entidades e parlamentares se manifestaram pelo fim da impunidade.
Durante o Ato Público em Defesa da Ética e da Moralidade, foi lançado o portal eletrônico http://www.agorachega.org.br/, que colherá manifestações de apoio a projetos de lei e propostas de iniciativa popular que auxiliem no combate à corrupção e na transparência da gestão pública. O Agora Chega é composto por entidades e representantes da sociedade civil organizada e foi formado com o intuito de fomentar a mobilização para a luta contra um dos maiores problemas do Brasil.
Integrante do movimento, a AMP/RS esteve representada pelo presidente, Victor Hugo Palmeiro de Azevedo Neto. Ao se dirigir ao público presente, o dirigente defendeu o apoio às instituições como ferramenta para enfrentar o problema. “Fortalecer as instituições é pressuposto para um eficaz combate à corrupção e à impunidade”, disse. Azevedo ainda deixou um importante recado aos parlamentares: “Aqueles que quiserem atuar eficazmente contra a corrupção têm de se preocupar com as centenas de projetos de lei que enfraquecem o Ministério Público ou criam dificuldades para o exercício das funções institucionais”.
Na abertura do evento, o presidente da OAB/RS, Claudio Lamachia, destacou o papel que deverá ser assumido pela comunidade. “Se, no passado, a sociedade tinha como inimigo o totalitarismo, hoje a missão é a de aperfeiçoar e fortalecer a democracia alcançada pela geração anterior".
Segundo o presidente da Ajuris, João Ricardo dos Santos Costa, é preciso estancar esse momento da história brasileira. “Os magistrados não suportam mais esta impunidade em nosso país. Queremos reagir e virar essa página da nossa história e, por isso, a Magistratura está esperançosa com este movimento”.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que “o grande mal do Brasil é a impunidade. Somos o único país em que o corrupto não vai para a prisão”. Já a senadora Ana Amélia Lemos (PP) lamentou que “no Brasil, em 20 anos, somente dois casos de corrupção foram punidos. A corrupção corrói o dinheiro público que, por sua vez, falta para educação, saúde e segurança. Não precisamos que aumentem nossos impostos, e sim que este país tenha moralidade e ética.” A parlamentar lamentou também os movimentos para cercear a atuação do Ministério Público e a Imprensa.
Os participantes do evento assinaram o Manifesto da Sociedade em Defesa da Ética na Política e da Moralidade na Administração Pública. Compareceram, ainda, representantes da Caixa de Assistências dos Advogados/RS; conselheiros federais e estaduais; dirigentes das subseções de São Leopoldo; Esteio e Santa Cruz do Sul; deputados federais, deputados estaduais e vereadores; ARI; CNBB; Fórum dos Conselhos de Profissões Regulamentadas do RS; Ajufergs; Apergs; Fecomércio; AMP/RS; Grande Loja Maçônica do RS; Grande Oriente do RS; Comitê de Controle Social; Federasul; Cremers; Agadie; Famurs; CRN/RS; Sindicato dos Advogados do RS; CRC; Sindifisco; Instituto dos Advogados do Mercosul; Iege; Ceape; APMPA; Fórum de Defesa do Consumidor; Agetra; Sindiberf; Federação das santas Casas do RS; Conrerp; CRB 10; CREA/RS; Crefono; Sindilojas; Simers; Sinapers; Sindisaúde; Afisvec; Instituto Chega de Violência; Sindiconta; Sinsercon/RS; DCE/PUC-RS.