Carazinho: seminário debate o crack e alternativas de prevenção
O salão lotado do Centro de Eventos Bier Site, em Carazinho, no norte gaúcho, marcou, nesta sexta-feira (19), o sucesso de uma importante ação apoiada pela campanha da AMP/RS, Crack- Ignorar é seu vício? Durante todo o dia, cerca de 800 educadores de escolas municipais, estaduais, particulares e universitários acompanharam palestras e assistiram a vídeos contendo informações capazes de ajuda-los a lidar com os estudantes e fortalecer a rede de proteção contra as drogas. Era o seminário Dependência Química – Olhares, Intervenções e Possibilidades, promovido pela Promotoria de Justiça local, Rede de Proteção à Saúde Mental e Programa Yacamim.
O salão lotado do Centro de Eventos Bier Site, em Carazinho, no norte gaúcho, marcou, nesta sexta-feira, o sucesso de uma das mais importantes ações das quais participaram o Ministério Público e a AMP/RS em defesa dos direitos dos cidadãos de bem. Durante todo o dia, cerca de 800 educadores de escolas municipais, estaduais, particulares e universitários acompanharam palestras e assistiram a vídeos contendo informações capazes de ajuda-los a lidar com os estudantes e fortalecer a rede de proteção contra as drogas. Era o seminário Dependência Química – Olhares, Intervenções e Possibilidades, promovido pela Promotoria de Justiça local, Rede de Proteção ä Saúde Mental e pelo Programa Yacamim.
Diante do olhar atento dos professores, palestrantes como o comunicador Manoel Soares, coordenador da Central Única das Favelas para a Região Sul, o presidente e o vice da AMP/RS, Marcelo Dornelles e Mauro Souza, o secretário de Saúde do Estado, Osmar Terra, o inspetor de Polícia Richadson Luz e o pastor Valdemar Sjlender discorreram sobre o tema, abordando diferentes enfoques. O resultado foi a sensibilização para um tema que causa muita preocupação, mas que, por medo, desinformação ou tabu, pouco é abordado em sala de aula: o crack.
Pela manhã, Manoel Soares comoveu a platéia ao relatar situações de risco enfrentadas rotineiramente por quem se dedica a expor os riscos à vida de quem se envolve com a pedra. O depoimento surpreendeu a muitos que sequer conheciam os ingredientes que compõem uma das drogas que mais levam à degradação do usuário e de quem está à sua volta.
À tarde, o presidente Marcelo Dornelles ressaltou a necessidade imperiosa de que as ações para combater esse mal sejam adotadas de forma combinada entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil. “Essa droga contraria a lógica da criminalidade e provoca a mudança do perfil das vítimas, uma vez que os crimes gerados a partir do uso do crack, direta ou indiretamente, têm por base pessoas fora de controle. É por isso que o Programa Yacamim vem recebendo tanta atenção da nossa entidade. Vemos aqui um trabalho modelar, que deveria ser disseminado por todo o Estado para fornecer assistência, educação, recuperação e alternativas aos alvos potenciais dos traficantes”, disse Dornelles.
O vice Mauro Souza agitou o público ao comparar o valor dos objetos usualmente furtados por dependentes em busca de meios para obter uma pedra de crack. “Todos nesta sala têm um toca-CDs de carro, um celular, uma câmera fotográfica ou um relógio, por exemplo. Pois isso tudo, via de regra, vale R$ 5,00 numa boca de fumo. É isso que custa uma pedra de crack. Em contrapartida, manter um adolescente na Fase custa ao Estado cerca de R$ 4,5 mil mensais. Um preso consome R$ 981,00, um morador de rua, na Fasc, custa R$ 1,2 mil aos cofres públicos”, ressaltou Souza.
Conforme o promotor, é preciso agir preventivamente na origem. Dar condições de saúde nos primeiros anos de vida para que o indivíduo possa desenvolver seu aprendizado de formas mais eficaz e, assim, construir seu caminho longe do crime e da droga. “Quando não trabalhamos a prevenção de forma adequada, estamos produzindo criminosos para o futuro”, completou.
Segundo a promotora da Infância e Juventude de Carazinho, Clarissa Ammelia Simões Machado, a jornada despertou os docentes para a reflexão sobre a importância do papel que desempenham na formação dos jovens e na construção de caminhos que os levem para longe do tráfico e do consumo da pedra e da criminalidade. “Tivemos uma adesão impressionante. Os professores demandavam esse evento, pois sentem a realidade à sua volta. Agora vamos nos reunir com as direções das escolas e discutir os projetos que serão desenvolvidos em cada uma delas para evitar que esse mal corrompa nossos filhos”, disse Clarissa.