Câmara Federal e Assembleia gaúcha promovem seminário de enfrentamento ao crack
Representantes da Câmara Federal, do Parlamento e do Executivo gaúcho, além de representantes de outros segmentos da sociedade participaram, durante toda a sexta-feira, do seminário “Combate ao Crack e Outras Drogas Ilícitas”, no Plenário da Assembleia Legislativa. No encontro, além de depoimentos comoventes de historias de vida pontuadas pelo enfrentamento diário à droga no seio familiar, a análise de temas como as redes de tratamento, a internação compulsória e um debate franco sobre descriminalização do consumo.
O evento, promovido pela Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas da Câmara dos Deputados (Cedroga) e pela Subcomissão contra o Crack da Assembleia, contou com as participações dos presidentes da AMP/RS, Victor Hugo Palmeiro de Azevedo Neto, e do Instituto Crack Nem Pensar, o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles, além de outros membros do Ministério Público Estadual.
O deputado gaúcho Vieira da Cunha, presidente da Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas da Câmara Federal, ressaltou que o seminário é mais uma etapa do trabalho do grupo. "Semanalmente realizamos reuniões e audiências públicas. Parlamentares estão percorrendo o país para recolher angústias da sociedade e verificar deficiências da rede de atendimento. Posteriormente, apresentaremos um relatório final, com as melhorias que devem ser implementadas urgentemente", explicou.
O presidente da AL, deputado Adão Villaverde, afirmou que todos devem ter consciência da dimensão do problema das drogas, principalmente do crack. "Caso contrário, não criaremos um futuro para nossa população. O quadro atual é o pior possível", salientou. Ele também defendeu a busca pela implementação de políticas públicas para combate, tratamento e educação contra as drogas.
A deputada estadual Miriam Marroni, que preside a Subcomissão contra o Crack da AL, acrescentou que o grupo pretende reascender a discussão sobre a necessidade de políticas públicas que tratam do combate à dependência química. "Ainda não temos uma rede capaz de atender essa doença. Avançamos em aspectos como a criação de centros psicossociais e leitos para intenração, mas há muito o que ser feito".
Coordenador da Comissão no Congresso Nacional, o deputado federal mineiro Reginaldo Lopes (PT) foi o primeiro painelista do dia, com o tema "Uma abordagem contemporânea das drogas". Lopes ressaltou a importância da mobilização social para dar força ao tema do enfrentamento ao crack. Ele parabenizou o que classifica como “uma sinergia favorável ao tema, com participação do Ministério Público, envolvimento de pais e filhos e das comunidades em geral".
ALMOÇO
No final da manhã, um almoço para os parlamentares de diversos Estados, membros do Executivo estadual e da Instituição foi oferecido pela AMP no Palácio do Ministério Público. Entre os membros da Instituição que prestigiaram o evento estiveram o procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, pelo corregedor-geral, Armando Antônio Lotti e o subprocurador-geral Marcelo Dornelles, além do ex-procurador-geral Mauro Renner. Compareceram, ainda, os vice-presidentes da AMP Alexandre Saltz e Sérgio Harris, o promotor Rodrigo Schoeller de Moraes, o secretário-geral do MP, Julio Cesar Finger, o subcorregedor-geral, Rubem Abruzzi, o presidente da FMP, Mauro Souza, e a coordenadora do gabinete de Comunicação, Karin Genz.
O presidente da entidade, Victor Hugo Azevedo, aproveitou a oportunidade para registrar a satisfação da AMP e da Instituição ao se engajar nessa luta contra a drogadição, em especial, o crack. "Nos sentimos muito à vontade para participar dessa peleia, porque no começo de 2009, quando pouco se falava sobre o problema, a AMP lançou a campanha Crack - Ignorar é o seu vício?, que foi o pontapé inicial para outras que se seguiram. Somos parceiros para trabalhar ao lado da sociedade pela construção de estruturas capazes de fazer frente a esse mal".