Assembléia mantém veto a reajustes
A pressão dos servidores que lotaram as galerias da Assembléia Legislativa na tarde de ontem não foi suficiente para derrubar os vetos da governadora Yeda Crusius ao reajuste de 6,09% para funcionários de Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas.
Após a votação do primeiro projeto, com resultado favorável ao Piratini, os servidores retiraram-se do plenário ao fim da primeira votação, chamando os deputados de "vendidos".
Foram 35 votos a favor e 14 contra a manutenção do veto ao reajuste do Judiciário, 35 a 13 no caso do Ministério Público e 36 a 13 no do Tribunal de Contas. Líder do governo, o deputado Adilson Troca (PSDB) comemorou a primeira vitória da governadora Yeda Crusius no Legislativo:
- A Assembléia cumpriu um papel importante mantendo o veto. O Estado não tinha condições de cumprir com esse compromisso.
Líder da bancada petista, Raul Pont argumentou que houve aumento de arrecadação de ICMS em janeiro em relação a dezembro, o que possibilitaria ao Estado a concessão do reajuste. Pont diz que é preciso ter cuidado para não confundir servidores com juízes e desembargadores:
- Vamos continuar insistindo para que as políticas sejam de recuperação maior dos menores salários.
Servidores cogitam boicotar processos
Para a líder da bancada tucana, Zilá Breitenbach, as projeções de crescimento do governo não são garantia de reposição para o funcionalismo. Durante a votação, chamou atenção a guinada de Kelly Moraes (PTB). Ela foi contra a manutenção do veto do Judiciário, mas mudou de idéia nas outras duas votações. A deputada não quis falar sobre o assunto. Segundo sua assessoria, Kelly tinha um compromisso com os funcionários do Judiciário, mas sofreu pressão do partido e decidiu mudar o voto.
Para o presidente da Associação dos Servidores da Justiça, Paulo Olympio, a votação foi uma traição dos deputados, que em dezembro tinham votado a favor do reajuste de 6,09%. O Sindicato dos Servidores do Judiciário não descarta a possibilidade de paralisação. Os servidores cogitam boicotar os processos judiciais de interesse do Estado.
Fonte: Zero Hora