AMP/RS participa do Painel RBS, que debateu alternativas contra o crack
O presidente da AMP/RS, Marcelo Dornelles, participou nesta quinta-feira do Painel RBS, que lançou a campanha Crack, nem pensar. A iniciativa segue a linha da ação desencadeada pela Associação para alertar e mobilizar a comunidade contra o crack. Durante o evento, transmitido ao vivo pela Rádio Gaúcha, TV Com e internet, Dornelles destacou a necessidade de atacar o problema já nas fronteiras do Brasil, para barrar o ingresso da cocaína, de onde se produz o crack.
A iniciativa da Associação do Ministério Público ao lançar sua campanha de alerta e mobilização contra o crack recebeu nesta quinta-feira um reforço importante. Seguindo a mesma linha, a RBS desencadeou a campanha Crack, nem pensar. O assunto, que será abordado em todos os veículos de comunicação do grupo, foi tema do Painel RBS, realizado à tarde, com transmissão pela Rádio Gaúcha, TV Com e pela internet. Entre os painelistas esteve o presidente da AMP/RS, Marcelo Dornelles, que destacou a necessidade de atacar o problema já nas fronteiras do Brasil, para barrar o ingresso da cocaína, de onde se produz o crack.
O evento, com duração de duas horas, reuniu ainda o presidente da OAB/RS, Claudio Lamachia, o diretor-geral do Hospital Psiquiátrico São Pedro, Luis Coronel, o coordenador da Cufa na Região Sul, Manoel Soares, o ministro da Justiça, Tarso Genro, o chefe da Polícia Civil, delegado João Paulo Martins, os psiquiatras Flávio Pechansky, do Hospital de Clínicas, e Irmã Rossa, do Hospital Conceição, além do diretor-administrativo da Comunidade Terapêutica Criar Vitória, Adilson Rodrigues.
Em diferentes abordagens, os participantes concordam que a droga é violentamente perigosa e exige atenção especial de frentes diversas para que possa ser combatida com eficiência. Afinal, basta um contato com o crack para que o organismo comece a manifestar necessidade de consumir mais e mais. A droga leva poucos segundos para chegar ao cérebro, onde libera a dopamina, substância responsável por despertar as sensações de prazer. Mas a velocidade com que faz efeito também leva à busca por novas doses da pedra, levando a uma degradação neurológica e fisiológica do usuário.
A combinação do potencial altamente agressivo do crack com a vulnerabilidade a que estão expostos adolescentes, crianças e até mesmo adultos, principalmente oriundos de famílias menos estruturadas, impõe a necessidade da criação de uma rede de proteção, observou o ministro Tarso Genro. Para ele, é preciso conciliar programas de assistência médica, educacional e repressão ao tráfico. Questionado pelo presidente da OAB, Claudio Lamachia, o ministro disse que o enfrentamento aos microtraficantes, que alimentam a rede do comércio da droga, às quadrilhas que dominam os morros e a ocupação desses espaços são fundamentais.
Para o presidente da AMP/RS, Marcelo Dornelles, a campanha da RBS se associa à iniciativa da entidade de classe e tem enorme importância, uma vez que levar à comunidade a informação correta é uma das mais fortes ferramentas nessa luta contra o crack. “Já atuei na área criminal e da Infância e Juventude. É certo que a droga está diretamente associada a grande parte dos crimes. Temos de encarar essa situação com a atenção que ela merece. Se não combatermos a entrada da cocaína nas fronteiras, teremos de nos multiplicar para ir atrás dos microtraficantes. E aí não conseguimos mais”, advertiu Dornelles.
O Painel RBS contou ainda com as contribuições de médicos psiquiatras, que ressaltaram o pouco conhecimento que se tem acerca do crack e a necessidade de buscar alternativas para tratar a dependência. “Temos de respeitar a biologia diferenciada dessa substância. Aprendemos a tratar o álcool errando. Então temos de trabalhar mais essa questão. O crack não pode ser tratado de forma igual a outras drogas”, finalizou o psiquiatra Flávio Pechansky.