Em um jantar campeiro realizado na noite de sexta-feira (5), reunindo mais de 150 pessoas, foi inaugurado o galpão crioulo da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul. O evento foi marcado por uma homenagem emocionante ao ex-procurador-geral de Justiça e ex-presidente da entidade Lauro Pereira Guimarães, que emprestou seu nome ao novo espaço cultural.



Sonho antigo dos membros do MP gaúcho, a criação de um lugar para abrigar o cultivo das tradições do nosso Estado foi saudada como uma conquista de todos. Durante o evento, o homenageado fez as vezes de anfitrião, recebendo a todos na porta, como a convidar os amigos para o convívio na casa nova. Acompanhado das filhas Ana Laura e Suzana, o advogado e procurador aposentado esbanjava sorrisos e alegria com a presença dos amigos de diferentes gerações.



No salão projetado para acolher cerca de 180 pessoas, as rodas de bate-papo tratavam de diferentes assuntos, mas o foco principal continuava sendo o reconhecimento da importância de Lauro à Instituição. Após o jantar, uma placa foi descerrada pelo presidente da AMP, Marcelo Dornelles, e pelo homenageado, que foi cumprimentado e aplaudido efusivamente pelos convidados. "O Dr. Lauro representa a harmonia, a agregação, a união e a realização. Ele não é um homem público comum. Não é a toa que, na década de 1970, como promotor de Justiça, ele foi eleito presidente da Associação e nomeado procurador-geral de Justiça, tendo exercido as duas funções simultaneamente”, destacou Dornelles em sua fala.



O dirigente destacou a atuação imprescindível de colegas como o vice-presidente de Aposentados, Antonio Carlos Paiva Hornung, e o diretor cultural David Medina da Silva na consolidação do galpão e lembrou que o espaço só tem valor pelas pessoas que o ocupam. “Esse galpão é para todos nós. Vazio, ele não é nada”.

No mesmo tom, Hornung resumiu o sentimento que moveu a diretoria da entidade a homenagear Lauro Guimarães batizando o espaço cultural com seu nome. “Ele é a síntese do Ministério Público moderno. Seu discurso é admirado até hoje. Chegar ao nome dele para batizar o galpão foi a parte mais fácil de todo o processo”, disse Hornung.



Representando a procuradora-geral de Justiça, Simone Mariano da Rocha, o subprocurador-geral para Assuntos Institucionais, Delmar Pacheco da Luz, também não economizou elogios ao homenageado. “Durante o período em que atuou no Ministério Público, o Lauro afirmou a autonomia e a altivez da Instituição. O que se cobra hoje como reconhecimento da capacidade de promotores para exercer o cargo de procurador-geral tem muito do papel desempenhado por ele no passado. Como promotor, exerceu o cargo máximo e só engrandeceu o MP gaúcho”.



Comovido com a homenagem, Lauro lembrou que quando assumiu a Associação, no final de 1970, a entidade contava apenas com uma pequena sala e uma funcionária. E constatou com alegria o crescimento da entidade nas últimas décadas. “Temos de ter orgulho do que fazemos. Somos nós que damos prestígio à Instituição. O MP é feito de pessoas e de seus ideais. Não pelo Estado”.



Empolgado, lembrou do esforço feito à época de sua administração à frente da AMP para adquirir a sede campestre. Destacou a participação de outros colegas na empreitada, como Eusébio Cardoso da Rocha Vieira e Ciro Soares. E se rejubilou com a nova área social da entidade. “Tudo que conquistamos tem de ser compartilhado. Não fazemos nada sozinhos. Todos têm sua parcela de contribuição”. Como última manifestação, fez um pedido aos colegas da ativa: “Não esmoreçam. Não abaixem a cabeça. O Ministério Público se faz em altivez e em atitude”, completou.

Após as manifestações, seguiram-se os cumprimentos, permeados pelos primeiros acordes do músico Daniel Torres e Banda. A partir daí, a festa tomou conta do salão madrugada adentro.