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Bandido contra bandido

Confira o artigo do jornalista e promotor de Justiça aposentado Cláudio Brito, publicado em Zero Hora nesta quarta-feira (3/1), a respeito dos atentados ocorridos no Rio de Janeiro recentemente.
03/01/2007 Atualizada em 21/07/2023 11:01:26
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Confira o artigo do jornalista e promotor de Justiça aposentado Cláudio Brito, publicado em Zero Hora nesta quarta-feira (3/1), a respeito dos atentados ocorridos no Rio de Janeiro recentemente.


É terrorismo o que fazem os bandidos do Rio de Janeiro. Já são quatro vezes em dois anos. O mesmo aconteceu em São Paulo mais recentemente. São ações de guerrilha sobre modelos que a Colômbia e a Itália conheceram e difundiram. É diminuir-lhes as consequências definir a escalada como crimes comuns de bandoleiros de esquina. Erra quem quiser assumir a simplificação. Incêndios, explosões, e homicídios fúteis e cruéis interferem na vida de todas as pessoas de uma cidade e, nessa medida, são crimes políticos. A inspiração e as causas podem nem ser políticas, mas a repercussão é puramente política. A exigir respostas políticas, abrangentes e profundas. E em nível nacional, que nenhum município ou Estado vai conseguir enfrentar isolado esse quadro bárbaro. Forças federais precisam entrar em guerra.


As facções criminosas cariocas têm raízes em comunidades dos morros da capital ou nas principais cidades da Baixada Fluminense. Líderes presos levam o comando às penitenciárias. Há mais de 30 anos, presos políticos passaram seus métodos aos condenados que cumpriram pena na Ilha Grande ou na Frei Caneca. Surgiu o Comando Vermelho, denominação que homenageia a garotada comunista que a ditadura jogava no fundo da cadeia. Vem de lá o que agora irrompe como um vulcão incontrolável. Some-se a isso a corrupção, a carência de meios materiais e humanos e a incompetência de governantes para termos escancarada  a falência do Estado.


O crime dá as cartas e joga de mão. No vazio surge o contra-ataque de outros bandidos. É o que agora se confirma. O Comando Vermelho uniu-se a outras organizações, e lutam contra as milícias privadas que alguns policiais, aposentados ou não, organizaram para vender proteção. Nas fileiras dessas guardas também há gente arregimentada em turmas de bandidos. É guerra suja. As milícias se sustentam com o transporte coletivo clandestino, com a pirataria da televisão por assinatura e há indícios de que estejam muito perto do tráfico de armas e de drogas. A extorsão das comunidades que prometem proteger assegura-lhes o fluxo de caixa que lhes dá sustentação. mas, nessa guerra, todo mundo é bandido. É a luta do mal contra o mal, ninguém é mocinho nesse filme terrível.


Por isso, é preciso reunir todas as forças ainda intocadas e não corrompidas para, em mutirão, encararmos a realidade. Todos são nossos inimigos, quando nos atacam ou quando dizem nos proteger. É bandido contra bandido e nós no meio.

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