A 6ª sessão ordinária do ano do CNMP desta terça-feira (24) marcou a despedida do conselheiro Luiz Moreira Gomes Júnior. Depois de dois mandatos como integrante da entidade representando a Câmara dos Deputados, Moreira conquistou o respeito e a admiração de todos os colegas e foi homenageado no encerramento de seu ciclo. Ao agradecer, disse nutrir um sentimento especial com o Ministério Público do Rio Grande do Sul.



No encontro, que contou com a participação do presidente da AMP/RS, Sérgio Harris; do vice-presidente da CONAMP, Victor Hugo Azevedo; e do presidente do CNPG, Eduardo de Lima Veiga; além de representantes do Ministério Público de todo o país, sobraram qualidades para adjetivar a passagem do conselheiro pelo CNMP. Durante quase uma hora, conselheiros se sucederam em elogios e agradecimentos.



CONAMP APROVA MOÇÃO DE RECONHECIMENTO

A presidente da CONAMP, Norma Angélica Cavalcanti, anunciou que a entidade aprovou, por unanimidade, uma moção de reconhecimento pelo seu trabalho pelo aperfeiçoamento do MP brasileiro junto ao CNMP. "Vossa excelência é um exemplo de dedicação e excelência profissional". O presidente da ANPR, Alexandre Camanho de Assis, pontuou que o convívio com o conselheiro foi marcado por "alguma pendularidade", mas ressaltou: "Nós, que nos habituamos à controvérsia, tivemos em sua voz firme e autorizada na opinião, motivo para resistência, para ponderação e ponte para o que precisa ser a divisa permanente dos membros do MP, que é um aumento na sua qualidade, no seu desempenho e no seu serviço à República". "Você foi autêntico. Emitiu opiniões, fez críticas mas também ajudou a
construir posições para o fortalecimento do Ministério Público e esteve
ao lado do MP nas questões basilares da Instituição. Sua passagem não
foi em branco", disse o mineiro Jarbas Soares Júnior.



LEALDADE E HONRADEZ

Eduardo de Lima Veiga agradeceu pelo legado deixado por Luiz Moreira em suas duas gestões. "Obrigado pela jurisprudência que fizeste, pelas luzes que trouxe ao cenário e o brilho que emprestaste a quem conviveu contigo nesse período. E, principalmente, pela lealdade com que se portou, independente do posicionamento. Sempre foste franco, direto, acessível, previsível, seguro e honrado". Para o conselheiro Walter de Agra Júnior, Moreira pode ser definido como "o conselheiro dos conselheiros" e admitiu sentir-se "órfão" com a ausência física do colega que se despede. Na mesma linha, Marcelo Ferra de Carvalho lembrou o perfil "ético, leal, dedicado e independente", enquanto Esdras Dantas de Souza definiu-o como "garimpeiro de amizades".



Após acompanhar emocionado as falas de seus admiradores, Luiz Moreira retribuiu os agradecimentos. Referiu o Congresso Nacional como responsável pelos dois mandatos como conselheiro do CNMP, representando a Câmara dos Deputados. Referiu-se à presidente da CONAMP, destacando sua forma tenaz e aguerrida na defesa dos interesses da Instituição Ministerial, tanto no Parlamento quanto junto à sociedade.



RELAÇÃO COM O MP/RS

Em mais um momento de franqueza e espontaneidade, fez questão de exaltar sua relação com o Ministério Público gaúcho. "Também tenho uma espécie de filiação ao MP/RS. Agradeço ao Dr. Eduardo Veiga, pela forma coerente e digna sempre manifestada junto às instituições das quais participa. E completou: "Naquela unidade da Federação, tive a grata satisfação de conhecer e aprender valiosas lições com o ex-presidente da AMP/RS, Victor Hugo Azevedo; e o atual presidente, Sérgio Hiane Harris. Igualmente, lembro o ex-procurador-geral de Justiça Roberto Bandeira Pereira, pelo exemplo de liderança e competência no exercício de suas atividades funcionais".



Antes de encerrar sua manifestação, Moreira manifestou gratidão pelo aprendizado proporcionado pelo convívio com os ex-membros do CNMP Cláudio Barros Silva, Cláudia Chagas e Achiles Siquara. "Saio muito maior do que quando cheguei. Sou devedor deste conselho. Sei da importância do MP para a República. Tenho certeza que a democracia brasileira continuará a valorizá-la e tê-la como fundamental para o futuro da República. Espero que o CNMP saiba distinguir, como ensinou o Dr. Cláudio Barros Silva, questões institucionais e corporativas. Aqui não podemos nos submeter aos caprichos corporativos, mas temos a missão de reforçar as dimensões institucionais do Ministério Público", finalizou.